A nossa primeira viagem para Moçambique trouxe novas experiências, descobertas e a resposta que tanto buscávamos.
Em 2022 decidimos passar um mês no país explorando de norte a sul em busca de uma resposta: onde iríamos nos estabelecer.

Mas antes de contar sobre a viagem em si, preciso dizer sobre o tempo de planejamento da viagem. Nós só tínhamos uma informação: vamos para Moçambique. Mas que lugar de Moçambique? Aliás, é um país, não tem como simplesmente irmos sem saber para onde. E então, começamos o roteiro de viagem.
Fazer um roteiro de um lugar que você não conhece por completo e não tem muitas referências, não é fácil. E então, fomos escrevendo no papel o que ardia em nossos corações. Sabíamos que inicialmente, iríamos para um lugar próximo à costa, mas ainda assim, essa era uma informação muito ampla.
Começamos a pesquisar por projetos sociais que nos inspiravam. Encontramos alguns, mas não uma grande variedade a ponto de nos direcionar. Mais alguns dias se passaram e continuamos a olhar aquele mapa colado no corredor do nosso apartamento mostrando todas as províncias de Moçambique.
Até que um dia, pesquisando na internet sobre as províncias, os nossos olhos brilharam sobre Nampula, localizado no norte do país. Encontramos um projeto que nos inspirou e então, resolvemos conhece-lo.
Lembro-me até hoje de olhar para o meu esposo e dizer "você já sabe para onde vamos". E ele disse que ainda não sabia. Eu não disse nada, mas naquele momento, eu me referia a Nampula e tinha certeza que ele tinha esse lugar no coração.
Não sei explicar, mas acho que você já deve ter tido essa sensação em algum momento. Quando você tem uma convicção, quando você sabe o que deve ser feito, mas não tem inúmeros motivos para isso. É apenas uma certeza.
Então, em agosto nós embarcamos para a nossa viagem de reconhecimento. Estávamos tão animados que não nos importamos de fazer uma escala de 8h no aeroporto. Tudo era novo, tudo era empolgante!
Quando chegamos no aeroporto de Maputo, na capital de Moçambique, vimos alguns brasileiros e estrangeiros de outros países. Desembarcamos, pegamos as nossas malas, passamos pelo raio-x e seguimos para o hotel. Quando chegamos no hotel, não parecíamos que estávamos em Moçambique ainda. Não sei se era o fuso horário, a viagem longa ou a empolgação, mas não parecia real. Eu tinha a sensação que foi tão rápido, parecia que simplesmente pegamos o carro e chegamos, como se fossemos para o litoral de São Paulo. Não estávamos cansados, não paramos para dormir. Já chegamos querendo conhecer o hotel, o bairro e onde estávamos localizados. Estávamos muito animados para essa viagem.
E então, nos dias seguintes fomos conhecer Maputo, a capital. Por mais que eu tivesse ido para lá em 2016, eu não me recordava de muitas coisas. Lembrava de paisagens vagas, mas parecia tudo novo.
Fizemos muitas coisas a pé. Saíamos do hotel, e andávamos pela cidade. Por mais que muitas pessoas tem a ideia de que África é tudo terra batida, não é verdade. Esse pensamento já é errado por diminuir tanto um continente inteiro em um único pensamento. Agora, vamos pensar por país. Quando falamos de Moçambique, muitos dizem "não tem nada lá", "tudo de terra batida". Mas a verdade é que só Maputo já vai desmistificar esse pensamento.
Maputo, a capital, tem bairros distintos, alguns mais simples, com prédios antigos na época dos portugueses. Outros, mais luxuosos, com prédios altos e novos. O centro da cidade me lembrou o centro de São Paulo. Lá você encontra de tudo, supermercados, mercados de bairro, lojas de roupa, lojas de eletrodomésticos, shoppings simples e luxuosos e até petshop. E claro, como disse antes, bairros simples existem sim. Com calçadas esburacadas, chão de terra batida e prédios sem manutenção. Mas no geral, posso dizer que tem de tudo.
Depois de alguns dias explorando a capital, ainda estávamos atrás da nossa resposta. E então, pegamos um voo para Nampula. Mas essa parte, fica para o próximo texto!
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